segunda-feira, 8 de junho de 2009

Cartas para ler 2

São Paulo, 20 de maio de 2009

Hoje estou me sentindo um pouco triste, triste não, não seria a palavra correta, e além de tudo, não gosto dela, ser ou estar triste para mim em si, já é um motivo de tristeza. Talvez seja melancolia, essa vontade de estar só sem nenhum motivo, sei que esses momentos existem para todos, mas quase nunca me permito sentí-los, e eles duram sempre muito pouco. Seria muito injusto e egoísta ficar assim por mais que poucos instantes.
...
Teria eu me apaixonado por Lucas se o tivesse conhecido? Eu tinha 4 anos quando ele faleceu, mas poderíamos nos apaixonar se tivéssemos a mesma idade? Acho que não. Me fascinei por Lucas por sua maneira de escrever, pelo seu desejo pela vida, pelas histórias que no papel são muito engraçadas, mas pessoalmente, muito provavelmente não seríamos mais que simples colegas. Lucas gostava de brincadeirinhas, de coisas insinuosas (pra não dizer outra coisa), era louco por futebol e amava Ana Carolina. Eu, seria uma memina por demais chata para ele, ou no máximo conversaríamos sobre amenidades, teríamos poucas afinidades, ele nunca me diria que gostava de escrever seus pensamentos numa agenda, e eu, nunca imaginaria um garoto como ele fazendo esse tipo de coisas. Passaríamos um pelo outro sem saber o que há de essência em cada um.
Lucas é especial, embora já tenha ído, a sua experiência pela vida marcou a minha, e são coisas como essas, que me fazem ter PRAZER em viver e em EXISTIR, mas eu quero mais, eu quero ser feliz, eu quero sentir...a vida das muitas maneiras que ela pode meoferecer...

"Viver. É, a vida era assim mesmo. para pior ou para melhor, a vida seria sempre assim, um jogo de felicidades progressivas e tristezas marcantes, de falsidades mais ou menos cruéis e verdades duras de se engolir" (Livro- Os papéis de lucas, Julio Emílio Bráz)

Valeria Ribeiro

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